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Campanha Salarial de jornais e revistas

Patrões oferecem nova “redução salarial”

A situação dos trabalhadores gráficos de jornais e revistas do Estado do Ceará, piora a cada dia. Desde 2017 sem Convenção, os patrões querem reduzir indiretamente, mais uma vez, os salários dos profissionais gráficos.

Em 2016, acatando orientação da Associação Nacional de Jornais – ANJ, os empresários do setor de jornais e revistas, mandaram o sindicatos patronal (aqui no Ceará o sindicato patronal é dirigido por empregados) reduzir indiretamente os salários dos gráficos e jornalistas. Assim, os patrões ofereceram metade da inflação para celebrar a Convenção Coletiva de Trabalho.

Mesmo contrariando posicionamento da diretoria do Sintigrace, os gráficos aceitaram celebrar a Convenção com 6% de reajuste salarial, para uma inflação de 11,28%. Objetivo alcançado, os patrões fizeram igual proposta em 2017, tentando impor reajuste de 3%, para inflação de 6,58% e, assim, conseguir indiretamente, nova redução salarial.

Não deu certo. A diretoria do Sintigrace não aceitou a proposta e definiu que não aceitaria celebrar Convenção Coletiva com redução indireta dos salários. As negociações foram paralisadas.

Para 2018 o Sindicato dos Trabalhadores, entendendo que não há razões para negociar com o sindicato patronal, pois, o objetivo do sindicato patronal é reduzir os salários dos profissionais gráficos, resolveu convocar a categoria para propor Acordo Coletivo de Trabalho diretamente às empresas. Aprovada a proposta, a pauta foi enviada para o DN, O Povo e O Estado.

DN e O Povo informaram que não negociariam. O Estado sequer deu resposta. O Sindicato patronal, porém, convidou o Sintigrace para uma reunião, e nesta apresentou mais uma proposta econômica absurda para celebrar as convenções de 2017 e 2018: reajuste salarial de 4% para 2017 (abaixo da inflação, de 6,58%) e 2,07% (somente a inflação) para 2018.

Em resposta, o Sintigrace informou que estava ali apenas para ouvir e que a proposta apresentada pelo sindicato patronal seria apresentada aos trabalhadores, como informe e não seria colocada em discussão, pois a diretoria não aceita discutir proposta que reduza, indiretamente, os salários dos gráficos.

Ocorre que parte dos trabalhadores dos três jornais se mostraram interessados em cometer o mesmo erro de 2016, sem levar me consideração o valor da perda salarial. Comparando apenas o piso faixa B, a perda acumulada chegaria a R$ 1.045,59 por empregado, sendo R$ 358,67, já perdido em 2016, e 682,92 que seria perdido em 2017, considerando a proposta absurda dos fantoches patronais. A conta não inclui encargos sociais. Lembrando que, salários maiores, perdas maiores.

O presidente do Sindicato Rogério Andrade, já se manifestou sobre a questão: “a diretoria do Sintigrace já decidiu que não coloca em discussão a proposta dos fantoches patronais. Sindicato de trabalhador só serve para aumentar salário, se for para diminuir, não há razão de existir”, disse indignado o presidente.

Segundo o presidente, as empresas não precisam de Acordo ou Convenção Coletiva para conceder reajuste aos trabalhadores. Elas podem conceder por iniciativa própria, sem acordou ou convenção. “A questão é que o sindicato patronal quer formalizar, através da Convenção, a redução salarial e assim impedir que o Sintigrace recorra à justiça para garantir a reposição das perdas salariais dos trabalhadores. Os companheiros podem e têm o direito de se iludir, a diretoria do Sindicato não” sentenciou Andrade.

A diretoria do Sintigrace prometeu não se curvar diante do posicionamento dos donos de jornais, representados por seus fantoches que tiram onda de patrão. “Vamos à luta, chega de redução salarial!” Finalizou Rogério Andrade.