0,66 centavos de aumento, retirada de direitos, fim do Sindicato. São as propostas dos patrões para os trabalhadores gráficos.
Se aproveitando da reforma trabalhista aprovada no governo do vampirão Michel Temer, os patrões da indústria gráfica convencional do Ceará estão tentando acabar com a Convenção Coletiva de Trabalho e retirar direitos dos trabalhadores.
Após três rodadas de negociações é clara a intenção patronal: destruir direitos e acabar com o Sindicato da Categoria. Observemos:
1 – A pauta de reivindicações dos trabalhadores foi entregue em novembro de 2017. Os patrões “empurraram com a barriga” e só realizaram assembleia patronal para apreciar a pauta em janeiro de 2018. A primeira rodada de negociação ocorreu em 23 de janeiro. Mais de 60 dias após a entrega da pauta.
2 – Na primeira rodada de negociação, ao invés de dar uma resposta às reivindicações dos trabalhadores, os patrões entregaram uma contra pauta com suas reivindicações. A contra pauta patronal possui 35 reivindicações, duas a mais que a dos trabalhadores. O objetivo dos patrões é destruir a Convenção Coletiva, piorar o que já é ruim na reforma trabalhista e acabar com o Sindicato.
3 – Somente na terceira rodada de negociação os patrões apresentaram proposta econômica: 2,07% para reajustar salários e pisos. Levando em consideração o piso do operador de acabamento, o aumento será de R$ 0,66. Isso mesmo, menos de 1 real por dia.
4 – Além de um reajuste ridículo, os patrões querem acabar com o sábado livre, deixar de pagar horas extras através do banco de horas, inclusive em domingos e feriados, acabar com a estabilidade do pré aposentado, aumentar a jornada máxima dos gráficos para 12 horas, diminuir o intervalo de almoço para meia hora, deixar o gráfico de sobreaviso por até 24 horas, descontar serviços no salário e na rescisão do trabalhador, acabar com toda e qualquer tipo de estabilidade do trabalhador, ter o direito de realizar revista íntima nos trabalhadores, legalizar o trabalhador “faz tudo”, e o “salário por fora”, além outras medidas que prejudicam ainda mais os gráficos.
Para o presidente do Sindicato dos Gráficos do Ceará, Rogério Andrade, “o compromisso dos patrões nesta campanha salarial é, principalmente, modificar a Convenção Coletiva de Trabalho para retirar direitos, aprofundar os ataques perpetrados pela reforma trabalhista e acabar com o nosso Sindicato” afirma.
“É hora de enfrentar os ataques patronais”, conclama a diretoria do Sindicato dos trabalhadores. O Sintigrace vai mobilizar a categoria para manter os direitos constitucionais e da convenção coletiva de trabalho e conscientizar a categoria para manter o Sindicato vivo. A luta não acabou!