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Retração da economia resulta na precarização do mercado de trabalho

O  Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – DIEESE divulgou o Boletim de Conjuntura – Número 7 que analisa a situação econômica do país e o cenário externo, apontando quais são as expectativas para o futuro. Os pontos indicadores gerais de desempenho mostram que, em 2016, uma deterioração do mercado de trabalho, gerando aumento de desemprego e uma queda nos rendimentos reais dos trabalhadores.

Esse comportamento é resultado de uma recessão da economia do país que reflete diretamente no desempenho do Produto Interno Bruto – PIB. Em comparação com o primeiro trimestre desse ano, em relação ao mesmo período do ano passado, o DIEESE observou uma queda geral em vários setores da economia.

A maior queda aconteceu no comércio que retraiu 10,7% seguido da indústria de transformação que caiu 10,5%, a construção civil recuou 6,2%, a agropecuária 3,7%. Os serviços apresentaram contração de 3,7%.

Pelo quinto trimestre consecutivo, todos os segmentos apresentaram resultados negativos.

As exportações de bens e serviços cresceram 13,0%, enquanto as importações de bens e serviços recuaram 21,7%, as duas atividades foram diretamente influenciadas pela desvalorização do câmbio de 37% e pelo fraco desempenho da atividade econômica.

Segundo o departamento esses fatores são consequências de ordem política e medidas econômicas de austeridade. A impossibilidade do governo de estabelecer uma base mínima de apoio parlamentar levou a situação de instabilidade. O desequilíbrio foi gerado pela adoção de um conjunto de medidas econômicas que, visando o reequilíbrio fiscal por cortes públicos, resultaram no contrário.

O DIEESE prevê que no fim de 2016 e início de 2017, ocorra uma frágil recuperação e um aumento do protecionismo como possível resposta aos problemas enfrentados pela população de países mais avançados. Ainda para o departamento, o  país  que está diante de uma situação desafiadora diante do quadro internacional adverso  e com contas públicas debilitadas enfrentará  um segundo ano de forte retração da atividade econômica.

Muitas dessas mudanças têm sido justificadas pela atual conjuntura econômica que, em boa medida, relaciona-se a uma crise mais geral do capitalismo mundial. Essas justificativas, no entanto, são indevidas, pois o ônus dos ajustes não atinge igualmente toda a sociedade. São os trabalhadores e as classes de rendas mais baixas que acabam suportando todo o peso dessa problemática.