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CARTA ABERTA do Sintigrace e da Conatig – De mulher gráfica para mulher gráfica

3 DaysWeekendSale!O Sindicato dos Gráficos do Ceará publica e subscreve a carta da diretora de mulheres da Confederação Nacional dos Trabalhadores Gráficos pela passagem do 8 de março. A luta das mulheres e pela libertação das opressões faz parte da agenda de luta da classe trabalhadora desde o seu início. O  Sintigrace está a disposição para a luta das mulheres, assim como todas as lutas. Leia o texto da Conatig:

CARTA ABERTA – De mulher gráfica para mulher gráfica

Companheira,

Há décadas, nós, mulheres, estamos lutando por melhores condições de vida. Ocupamos um espaço de luta pela igualdade por direitos com os homens. Buscamos o fim do machismo cultural para sermos vistas como seres competentes que ajudam a construir a sociedade que vivemos. Mas todos os direitos já conquistados até hoje estão sendo brutalmente atacados por este conservador e preconceituoso governo do Temer.

As primeiras organizações de mulheres surgiram na revolução industrial, quando não mais aguentaram salários medíocres e jornada de trabalho exaustiva, mais de 16hs. Daí, em 1908 nos Estados Unidos, surgiu o 1º Dia Nacional da Mulher, quando mulheres lutaram por igualdade salarial. Em 1910, durante a II Conferência Internacional de Mulheres Socialistas na Dinamarca, nasceu o 8 de março como Dia Internacional da Mulher.

Até hoje, muitas lutas organizadas pelas mulheres foram realizadas até conquistarmos nossos direitos: trabalho profissional; direito ao voto; a participação nos esportes; divórcio; direito a métodos contraceptivos; usar calças; fazer curso superior; iguais direitos civis do marido; optar ou não pelo sobrenome do esposo; leis Maria da Penha e do Feminicídio  e muito mais.

Agora, infelizmente, desde 2015, depois de elegermos muitos deputados federais e senadores conservados, os quais atuaram para expulsar a presidente Dilma para Temer assumir, estão sendo usurpados os direitos da classe trabalhadora com prejuízo maior contra as mulheres. O atual governo neoliberal, com suas reformas retrogradas e machistas, atuam para impor uma série de retrocessos às conquistas da mulher: terceirizar toda mão de obra, reformar para baixa as leis trabalhistas e previdenciária, além de congelar investimentos públicos por 20 anos.

O congelamento foi aprovado pelo Congresso Nacional em 2016. Agora, neste ano, faltam aprovar as reformas da Previdência e trabalhista e mais a terceirização. Lembramos, porém, que o inconstitucional congelamento afeta toda sociedade, sobretudo a mulher, pois o governo deixará de investir nas principais áreas que todas necessitamos, como na Educação, Saúde e  Segurança. Já a terceirização total da mão de obra, precarizará mais o mundo laboral, onde hoje já é mais difícil para mulher, imagina com subcontratação? O salário será ainda menor!

Além disso, para 2017, temos as reformas da previdenciária e trabalhista, cujas, se aprovadas, agravarão ainda mais a nossa situação. Pois, aumentará e igualará ao homem a idade mínima para a mulher se aposentar integralmente (65 anos) e ainda elevará o tempo de contribuição ao INSS (49 anos). E não mais se aposentará, mesmo com valor menor, se a mulher contribuir menos de 25 anos. Temer também desconsidera a jornada dupla/tripla enfrentada pela mulher com as suas propostas na reforma trabalhistas, a exemplo do aumento de jornada de trabalho e a permissão para a empresa poder baixar os direitos e salário hoje existentes, e outros males.

Portanto, nós, mulheres gráficas, não podemos só observar, sem reagir, a retiradas das nossas conquistas. Não podemos decepcionar todas as outras mulheres que já lutaram no passado. Muitas deram a vida por uma sociedade mais justa e igual para todas. Assim, não podemos só comemorar o Dia Internacional na Mulher, sem refletir de forma crítica o que está ocorrendo no Brasil. Logo, a Secretaria de Mulheres da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias Gráficas (CONATIG) convida a todas, por meio desta carta, para que venham a fortalecer a luta das mulheres organizadas através do sindicato ou dos movimentos femininos contra esses retrocessos. Só de mãos dadas e organizadas poderemos combater esses ataques!