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Divisão do partido de Temer expõe mazelas da reforma trabalhista

Contudo, o desmonte da CLT continua avançando no Senado e pode ser aprovado se não houve novas manifestações da classe trabalhadora 

O governo Temer e seus senadores aliados queriam impor no Senado, como fez na Câmara Federal, o acelerado trâmite da votação do projeto de lei que desmonta a CLT, precariza o trabalho e a Justiça do Trabalho, limita a representação sindical e acaba com os direitos convencionados. O plano deu errado devido ao racha no partido do presidente (PMDB), liderado pelo senador Renan Calheiros, que é contrário à reforma por entender que ela destrói diversos direitos. Com isso, antes da votação final, o projeto terá de passar por três comissões: Assuntos Econômicos (CAE), Constituição e Justiça (CCJ) e Assuntos Sociais (CAS). Porém, o governo jogará peso para tentar aprovar rápido, tanto que nesta quarta-feira (10) terá audiência na CAE. Logo, os gráficos e demais classes não podem esperar cenários bons pela frente, sendo necessário aderir aos novos protestos contra este atentado aos direitos trabalhistas no Brasil.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores dos Gráficos (Conatig) vai aderir ao movimento puxado por todas as centrais sindicais para ocupar Brasília em direção ao Congresso Nacional contra a reforma trabalhista e previdenciária. “Todas as federações e sindicatos da categoria no país precisam se organizar para participarem desta atividade em defesa dos direitos da classe, da representação sindical e da Justiça do Trabalho”, convoca Leonardo Del Roy, presidente da Conatig. O secretário de Comunicação da maior federação gráfica dentro do país (Ftigesp), Álvaro Ferreira, defende inclusive que cada federação criem alternativas para garantir a ida dos dirigentes dos sindicatos de seus estados.

“Será um genocídio da classe trabalhadora se a reforma trabalhista tiver êxito no Senado. Os direitos atuais simplesmente desaparecerão”, conta  Augusto Neto, presidente do maior sindicato gráfico do Brasil (STIG São Paulo). Tem proposta até para pagar os empregados com alimentação. O problema é que, diferente da rejeição da população contra a reforma previdenciária, a maioria dos trabalhadores ainda não percebem o mal da proposta que desmonta a CLT com diversos prejuízos. Tanto é que a reforma trabalhista passou na Câmara e só falta a votação no Senado.

“Infelizmente, tem trabalhador que acha que o governo não alterará a lei, quando já está fazendo isto. Basta ver a aprovação da terceirização do trabalho. E tem quem acredita que não se pode tirar direitos porque são direitos adquiridos, sendo que quem faz ou muda a lei são os deputados e senadores, como estão fazendo a pedido de Temer pressionado pelos setores empresariais e financistas”, diz Leandro Rodrigues, secretário da região Sudeste da Conatig. Ele alerta que os trabalhadores precisam sair da hipnose da mídia, do governo e de parlamentares, que só falam da reforma como algo positivo porque retirará a contribuição sindical do empregado, sendo que até isto será ruim, porque depois não terá mais sindicato para buscar defender os direitos sonegados pelas empresas.

“Além da ida fundamental a Brasília na próxima semana, os sindicalistas gráficos e demais profissionais ainda precisam fazer a pressão junto aos políticos nos seus respectivos estados, alertando-os para os prejuízos contra os trabalhadores e o risco dos parlamentares não serem reeleitos no pleito do próximo ano”, orienta Jorge Caetano, secretário-geral da Conatig. Ele parabeniza os gráficos que fizeram a recente greve geral e diz para se preparem para uma nova greve mais forte se as reformas do governo Michel Temer continuarem em pauta no Congresso Nacional.

Fonte: Conatig