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Documentos descobertos pela CNV comprovam perseguição a sindicalistas

Repressão da ditadura era mantida por filiais do SNI no Ministério do Trabalho, grandes empresas e agentes infiltrados nos sindicatos

Documentos do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) comprovam a existência de ampla rede de perseguição a sindicalistas durante a ditadura no Brasil. O material acessado pela Comissão da Verdade (CNV) revela que a rede de perseguição era mantida pelas DSIs (Divisão de Segurança e Informações) e ASIs (Assessoria de Segurança e Informações). Esses dois departamentos eram espécies de sucursais do Sistema Nacional de Informação (SNI) no ministério e nas delegacias regionais do trabalho.

 

Interventores e agentes infiltrados nos sindicatos e por empresas forneciam informações sobre os trabalhadores aos agentes do governo. A maioria do material encontrado são documentos sobre cassação de trabalhadores e intervenções nos sindicatos, elaborando assim um painel informativo e rico sobre a repressão contra o movimento sindical.

Cobrasma, Scania, Toshiba, Chrysler, Volkswagen, Mercedez, Ford, Tecnoforjas e Monark devem constar nos arquivos como empresas colaboradoras do regime ditatorial.

Dos cinco acervos encontrados, três estavam na sede do Ministério, em Brasília: o arquivo geral, o arquivo do gabinete do ministro e o arquivo dos processos de anistia do Ministério do Trabalho. Os outros dois arquivos ficam em um depósito no Distrito Federal e no centro de referência Leonel Brizola. Há também correspondências enviadas ao ministro do Trabalho, além de caixas com papéis referentes a eleições sindicais e cassação de diretorias recém-eleitas.

Segundo a previsão da CNV, um relatório preliminar sobre os documentos encontrados pode ser apresentado até maio de 2014.